A retocolite ulcerativa é uma doença inflamatória intestinal crônica que pode comprometer a região retal e o intestino grosso, com manifestações clínicas variadas. A região retal está comprometida em aproximadamente 95% dos casos e pode estender-se por todo o intestino grosso.
A causa continua desconhecida, embora considerável progresso tenha ocorrido nos últimos anos. Sugeriu-se que a doença se desenvolva, em pessoas geneticamente predispostas, associadas a fatores desencadeantes, provavelmente ambientais ou infecciosos.
Há comprometimento de ambos os sexos e costuma acometer pessoas jovens, com um pico de incidência entre as idades de 15 a 30 anos, embora possa ocorrer em qualquer faixa etária.
A retocolite ulcerativa é uma enfermidade com características de processo inflamatório da mucosa do reto e intestino grosso. As manifestações clínicas são determinadas: pela localização e extensão da inflamação; pelo grau do processo inflamatório e pelas complicações da doença. Os sintomas variam de leves, moderados e severos.
Em geral, o quadro clínico depende da região envolvida, os sintomas mais frequentes são diarreia e sangramento nas fezes. O número de evacuações é variável, desde 2 a 3 até incontáveis em 24 horas. Outros sintomas como; dor abdominal, febre, fraqueza, emagrecimento e anemia podem comumente acompanhar quadros moderados ou severos da doença.
Há um risco aumentado de desenvolver câncer na retocolite ulcerativa, quando comparado à população geral e está relacionado a dois fatores: a duração e a extensão da inflamação.
O diagnóstico da doença é confirmado por avaliação clínica feita pelo especialista e uma combinação de investigações baseadas em exames laboratoriais, endoscopia, radiologia, entre outros.
O tratamento medicamentoso da retocolite ulcerativa, de modo geral, busca induzir a diminuição do processo inflamatório (remissão) e o controle da doença, assim como, evitar complicações e proporcionar melhor qualidade de vida ao paciente. Existem vários medicamentos eficazes no tratamento da doença, que dependem da avaliação da gravidade e da extensão do processo inflamatório intestinal, antes da introdução de qualquer terapêutica.
A indicação de cirurgia depende do tempo de acompanhamento médico e extensão da doença. Aproximadamente um terço dos pacientes será submetido a tratamento cirúrgico ao longo da vida. O tratamento cirúrgico pode ser programado (eletivo) e suas principais indicações são: falta de controle da doença, dependência de corticoides, intolerância aos medicamentos ou na urgência por apresentar hemorragia maciça ou obstrução intestinal.
Atualmente, existem inúmeras associações, centros de referência hospitalar e grupos de apoio para acompanhamento dos pacientes portadores de retocolite ulcerativa. Caso tenha suspeita da doença, procure o médico especialista da sua região. Lembre-se, a doença pode ser controlada através de medicamentos e o acompanhamento clínico é fundamental para uma boa evolução e para melhora na qualidade de vida.