1. O que significa GAMEDII?
Grupo de Assistência Multidisciplinar em Estomias e Doença Inflamatória Intestinal.
2. Quais são as especialidades profissionais do GAMEDII?
Médico Coloproctologista, Cirurgião Geral, Enfermeira Estomaterapeuta, Assistente Social, Psicóloga e Nutricionista.
3. Quais são os principais objetivos do GAMEDII?
Facilitar a assistência aos pacientes portadores de estomias e doença inflamatória intestinal, oferecer informações em relação às doenças, agregar profissionais da área da saúde e estimular a educação continuada aos profissionais.
4. Qual é o principal objetivo do site do GAMEDII?
Propiciar um meio de comunicação eficiente entre os profissionais da saúde, pacientes, familiares e interessados.
5. Como aproveitar da melhor forma possível o “SITE GAMEDII”?
Acessando o site, o usuário poderá aproveitar o conteúdo destinado a área do paciente, com orientações que foram elaboradas por uma equipe de especialistas e baixar arquivos em pdf, além de assistir vídeos informativos e ter acesso a artigos científicos sobre vários temas.
6. Como agendar uma consulta com a equipe?
Através de encaminhamento médico com diagnóstico em DII ou estomia, procurar a recepção dos ambulatórios de Gastroenterologia ou Coloproctologia dos hospitais credenciados.
7. O GAMEDII atende crianças?
Entrar em contato para verificar a disponibilidade dos hospitais em sua região.
8. Como fazer parte dos grupos de apoio?
A participação é voluntária, o calendário dos encontros será divulgado no painel de informações do ambulatório e também através do site.
9. Como ficarei sabendo dos eventos e palestras organizadas pelo GAMEDII?
A programação de eventos e palestras será divulgadas no painel de informações do ambulatório e também através do site.
10. Como posso fazer sugestões e/ou reclamações?
Através do cadastro no site, o usuário poderá entrar em contato e deixar suas dúvidas,elogios, sugestões e/ ou reclamações.
- Médico
- Enfermeiro
- Psicólogo
- Nutricionista
- Assistente Social
1. O que significa estoma intestinal?
A palavra “estoma” tem origem grega e exprime a ideia de “boca” (abertura). O estoma é um procedimento cirúrgico em que é realizada uma abertura no abdome e exteriorizado um segmento da alça intestinal, por onde o conteúdo dos intestinos será expelido e coletado para uma bolsa externa.
2. Quais são as indicações para a realização dos estomas intestinais?
São vários os motivos, mas em geral, as estomias são indicadas no intuito de se desviar o trânsito fecal ou urinário do local patologicamente comprometido. As principais indicações operatórias são: má formação congênita do intestino, tumores intestinais, doença inflamatória intestinal, traumas abdominais, entre outras.
3. Qual a diferença entre ileostomia e colostomia?
A diferença é anatômica, quando realizamos a exteriorização do íleo terminal ( Intestino delgado ), denominamos ileostomia, quando exteriorizamos qualquer segmento do cólon, denominamos colostomia.
4. Qual é a diferença entre estomia temporária e a permanente?
As estomias temporárias como o próprio nome já sugere, têm a possibilidade de reversão. Podemos indicar a reconstrução do trânsito intestinal ou fechamento de estomia dependendo da tática cirúrgica anteriormente realizada. As estomias permanentes são as estomias confeccionadas de maneira definitiva, sem possibilidade de reversão. Existem várias indicações, mas a principal delas é o tumor de reto próximo ao ânus (amputação do reto).
5. Quanto tempo se espera para a cirurgia de reversão nas estomias temporárias e por quê?
O intervalo de tempo para a reversão das estomias varia de 1 a 4 meses e depende da região da cirurgia, do diagnóstico primário, da recuperação e condições clínicas do paciente, e também, da certeza do sucesso no tratamento da área anteriormente comprometida.
6. Quais são as principais complicações das estomias?
As complicações na confecção das estomias são divididas em precoces e tardias. Ambas são possíveis de tratamento, seja com tratamento e cuidados no local da estomia ou com correção cirúrgica. As complicações precoces mais comuns são: necrose parcial ou total da estomia, retração, infecção e/ou abscesso local, fístulas, sangramento ou edema da alça intestinal exteriorizada. As complicações tardias são: a estenose (estreitamento da boca do estoma), retração tardia, as fístulas, as dermatites, prolapsos e a hérnia paraestomal.
7. Como utilizar a bolsa de estomia?
A bolsa de estomia deve ser preparada para o uso medindo-se o orifício da estomia e recortando a placa fixadora da pele, de acordo com o tamanho ideal. Deve-se utilizar sempre o dispositivo indicado e nunca adaptações. O dispositivo deve ser bem fixado, impedindo o contato das fezes com a pele ao redor do estoma.
8. Quando devemos trocar o dispositivo?
A troca do dispositivo (bolsa) deverá ser efetuada quando ocorrer infiltração do conteúdo. Geralmente, a bolsa dura de três a sete dias, dependendo do sistema do dispositivo (1 peça ou 2 peças).
9. Quando o paciente estomizado poderá voltar as suas atividades normais?
O retorno às atividades normais depende, principalmente, do tipo de cirurgia realizada, da recuperação do paciente no pós-operatório e do diagnóstico primário. O período de afastamento do trabalho é determinado pelo médico.
10. Como fazer parte do Polo de Estomia para aquisição de bolsas e assistência multiprofissional?
O paciente deverá ser encaminhado ao polo de atendimento aos estomizados apresentando documento pessoal, cartão SUS, comprovante de residência, relatório médico e de enfermagem do hospital de origem. Em Guarulhos, desde 1999 contamos com o Polo de Estomia do Complexo Hospitalar Padre Bento, credenciado e oficializada pela Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, o polo tem o objetivo de prestar assistência aos pacientes portadores de estomia através de uma equipe formada por médicos especialistas, estomaterapeutas, nutricionistas, psicólogos e assistente social.
Dr. Wilton Schmidt Cardozo
Médico Coloproctologista | CRM 76971
1 - Quais são as atribuições do Estomaterapeuta no GAMEDII?
Realizar consultas de enfermagem, utilizando instrumento de SAE ( Sistematização da Assistência de Enfermagem em Estomaterapia ). O enfermeiro estomaterapeuta atende aos pacientes estomizados no ambulatório, consultas de triagem, pré e pós operatório, visitas nas unidades de internação, demarcação prévia do local de confecção do estomas quando indicado,orientação de cuidados com estoma aos pacientes e cuidadores na enfermaria ou ambulatorialmente.
2 - Como funciona um estoma?
O estoma é uma comunicação entre o órgão interno e o externo, com a finalidade de eliminar os dejetos do organismo.A estomia do aparelho digestório é chamada de estomia digestiva e o conteúdo eliminado são as fezes, já a urinária é aquela que afeta o aparelho urinário, e o conteúdo eliminado para o exterior é a urina. O estoma pode ser temporário ou permanente.
3- Qual é o aspecto considerado normal de um estoma?
O estoma de preferência deve ser protuso, apresentar coloração vermelhada ou róseo, úmido e brilhante. Fique atento aos sinais de complicações tais como; sangramento, coloração em tons marrons, violáceo ou enegrecido, retrações, descolamentos do estoma da pele e lesões na pele, caso ocorra uma ou mais complicações comunicar imediatamente seu estomaterapeuta.
4 - Quais são os tipos de bolsas e acessórios de estomas?
As bolsas tem várias apresentações de acordo com as finalidades : Intestinais e Urinarias; drenáveis e fechadas, de uma peça ou duas peças.
5 - Como cuidar da bolsa de estomia durante o banho?
Não é necessário retirar a bolsa de estomia para tomar banho, uma vez que esta é impermeável e basta limpá-la com uma toalha ou protege-la com o saquinho plástico fornecido com as bolsas, Se preferir, pode tomar banho sem a bolsa, uma vez que a água não causa irritação no estoma, no entanto, se tomar banho de emersão, tem que ter atenção para eventuais perdas involuntárias de fezes e cuidados com a queda de água quente no estoma evitando possíveis queimaduras.
6 - Quando esvaziar o conteúdo da bolsa de estomia?
Esvaziar a bolsa sempre que atingir um terço da capacidade, quantas vezes forem necessário durante o dia.
7 - Como se troca a bolsa de colostomia?
• Retire delicadamente a placa no banho ou com a ajuda de um pano umedecido.
• Limpe a pele ao redor do estoma. Seque bem a pele.
• Utilize o medidor de estomas para saber o tamanho exato do seu estoma.
• Desenhe o molde do estoma no verso da placa: não deixe a abertura da placa muito maior que o estoma, o ideal é manter de dois a três milímetros de pele descoberta ao redor do estoma.
• Recorte a placa.
• Retire o papel do verso da placa.
• Coloque a placa sobre a pele realizando movimentos circulares para facilitar a fixação da placa.
• Coloque a parte inferior do aro da bolsa em contato com a parte inferior da placa.
• Dobre abertura da bolsa ao redor da pinça de fechamento e feche a pinça.
8 - Como evitar odores desagradáveis e/ou gases na bolsa de colostomia?
• Usar de acordo com a indicação, as bolsas com filtro de carvão ativado que eliminam os gases filtrando os odores.
• Ingerir os alimentos considerados “perfumados” tais como: Maçã , pêra, pêssego,iogurte, chás de salsinha e salsão, esses alimentos reduzem os odores das fezes. ( seguir orientações da nutricionista );
• Caminhar após as refeições que estimula o peristaltismos.
9 - Qual é a melhor posição para se colocar a bolsa de estomia, em pé ou deitado?
A escolha será de acordo com a necessidade e a habilidade de cada paciente. Se for o cuidador que realizará a troca, a melhor posição será deitado,; Se for o próprio paciente em pé é a melhor posição, de preferência de frente ao espelho para conseguir vizualizar o estoma.
10 - O que significa sistema de irrigação para colostomia e quando podemos indicá-la? Quais as contraindicações?
Consiste em um método mecânico para o controle das evacuações intestinais, consiste em uma lavagem intestinal, realizada a cada 24,48,72 horas, podendo ser definida como uma evacuação programada; A indicação é feita em conjunto após avaliação do médico e estomaterapeuta para: Pacientes com colostomia de colon descendente e sigmóide , emocionalmente capaz de compreensão e desenvolvimento da técnica. Contraindicado a pacientes que tenham doenças intestinais ativas, em processo de radioterapia ou quimioterapia,incapacidade de realizar o auto-cuidado e presença de diarréia.
Silvia Alves da S. Carvalho
Enfermeira | COREN 95211
Atribuições do psicólogo na equipe GAMEDII
A atuação do psicólogo ocorre através de atendimento ambulatorial e nas enfermarias cirúrgicas, também participa de reuniões de equipe multidisciplinar e organiza palestras e grupos de apoio oferecendo suporte emocional e orientações para lidar melhor no convívio com a estomia, compreendendo os fatores psíquicos envolvidos no adoecer ou as repercussões que a mudança trouxe na vida do paciente ou da família.
1. Quais as restrições que terei com a estomia?
Na prática não há tantas restrições, é recomendável evitar esforço físico exagerado que sobrecarregue a musculatura reto-abdominal, evitar alimentos que provoque gases, adaptar o vestuário com roupas que ofereçam segurança, conforto e discrição, manter-se no peso ideal para facilitar a fixação da bolsa, carregar consigo roupas e acessórios avulsos para situações imprevistas.
2. Por que logo comigo?
Por diversos motivos uma pessoa pode ser submetida a esse procedimento cirúrgico, tais como acidentes, doenças ou complicações, é comum a manifestação de revolta com a questão: por que logo comigo? Porém, é importante valorizar esse procedimento com gratidão e otimismo, pois graças a essa evolução cirúrgica foi possível controlar o seu problema de saúde e continuar a vida ao lado de pessoas significativas e com os prazeres de antes.
3. Como conviver?
A aceitação é o primeiro passo para se comprometer a um convívio mais responsável e satisfatório, através dela haverá o enfrentamento de atividades cotidianas e adaptação de situações novas.
4. Posso ter uma vida sexual normal?
Sim, a libido ou o desejo sexual é determinado por atração, fantasias e estímulos erógenos, portanto a confecção de uma estomia não impede o ato sexual em si, o que ocorre é a mudança da autoimagem corporal, ou seja, a forma como a pessoa se vê e se relaciona com seu corpo pode sofrer alterações significativas, podendo causar constrangimento e desvalorização de si mesma com reflexo na falta de estímulos e desejo. Por isso, são feitas recomendações de alguns acessórios como lenços, lingeries apropriadas podem cobrir o estoma e darão segurança e discrição.
5. Como será a reação do meu parceiro(a)?
Se o relacionamento afetivo/sexual era satisfatório antes da cirurgia, a tendência é que haja um fortalecimento do vínculo, com maior cumplicidade e apoio. Porém, se o relacionamento já estava desgastado, o estoma não será o motivo, mas a “gota d'água” do fim de um relacionamento que já não ia tão bem e não havia suporte e apoio.
6. As pessoas irão perceber que uso a bolsa de estomia?
Não necessariamente, com a tecnologia atual os dispositivos são cada vez mais discretos e oferecem segurança e conforto, visando uma melhor adaptação. Portanto, a escolha de comunicar às pessoas que é portadora de uma estomia é pessoal, no entanto, acreditamos que o grupo familiar e amigos mais próximos poderão ser suporte e apoio.
7. Não consigo olhar a bolsa, por quê?
No inicio é comum a manifestação de algum tipo de resistência e aceitação, como se pudesse negá-la, ou ainda, como se não olhando ela não existisse, porém a experiência mostra que quanto antes assumir o autocuidado pela troca da bolsa, mais rápido irá adquirir segurança, autonomia e independência.
8. Posso engravidar?
Sim, porém será necessário um acompanhamento pré-natal com obstetra e coloproctologista.
9. Poderei frequentar praia, piscina?
Sim, cada vez mais as associações têm discutido esse tema de inclusão social da pessoa portadora de estomia. Nas redes sociais, algumas pessoas postam fotos de biquínis, maiôs, visando quebrar alguns tabus, preconceitos, e sugerir acessórios que ofereçam segurança e discrição, lembrando que a bolsa foi confeccionada para ser à prova d'água.
10. A minha estomia é definitiva?
Somente o médico coloproctologista que acompanha poderá responder, porém não se prenda apenas a essa questão, viva intensamente cada dia, pois a proposta da estomia é a vida.
Cleide Rodrigues de Castro
Psicóloga | CRP 06/45987
1. Existe uma dieta específica para paciente com estoma (colostomia/ileostomia)?
Não existe uma dieta especial para estomias intestinais. Eventualmente, pode haver alguma restrição alimentar por conta da doença que levou à necessidade de realização de um estoma, ou mesmo dietas específicas para o pós-operatório. Um paciente estomizado deve seguir dieta balanceada orientada por nutricionista.
2. As fezes estão saindo muito líquidas, será que é porque estou tomando muita água?
Não. A consistência das fezes vai depender do local do intestino exteriorizado. Na ileostomia, por exemplo, as fezes são mais líquidas do que na colostomia, não tendo relação com a quantidade de líquidos ingerida. É importante ressaltar que no início a perda de água pode ser maior, já que o intestino pode não absorver água adequadamente. Entretanto, esta situação tende a se normalizar com o tempo.
3. Como diminuir a formação de gases?
A formação de gases pode ser diminuída através de uma adequação na alimentação. Para isto é importante evitar o consumo de alimentos altamente fermentáveis como feijão, milho, ervilha, grãos, lentilha, fava, couve flor, couve de Bruxelas, pepino, brócolis, cebola, nabo, pimentão, açúcar, doces concentrados , chocolate , cerveja e bebidas gaseificadas. Além disso, comer devagar, mastigando de boca fechada, fazer refeições fracionadas (comer menos e com maior frequência) e não ingerir líquidos com as refeições pode ajudar a minimizar a formação de gases.
4. Existem alimentos que ajudam a diminuir o odor das fezes?
Sim, é possível minimizar o odor das fezes comendo alimentos como maçã, salsa, alface, espinafre, pêssego, pera. Alguns alimentos podem, ao contrário, piorar o odor como: ovos, cebola, brócolis, couve flor, nabo, beterraba, rabanete, café, carnes em conserva , defumados e bebidas alcoólicas.
5. Paciente com estoma pode comer fibra?
Sim, as fibras fazem parte de uma refeição equilibrada e devem estar presentes na alimentação de todos, inclusive nos estomizados. É importante ressaltar que a individualização das orientações pode alterar a quantidade e o tipo de fibra que o paciente deve consumir. Para isso, deve-se procurar um profissional especializado.
6. Posso me alimentar fora de casa depois que fizer uma colostomia/ileostomia?
Sim, desde que o paciente esteja estabilizado da condição que o levou a ser estomizado. Mais uma vez, torna-se importante o paciente ter orientação especializada para que nestes momentos saiba fazer a escolha mais adequada para sua condição.
7. Quando se tem uma estomia, a diarreia é por causa da alimentação inadequada?
Não necessariamente. Pacientes estomizados podem ter diarreia como teriam antes de serem submetidos à cirurgia, e esta pode ser devida a outros fatores, como infecções, por exemplo. Neste caso, a alimentação será alterada para auxiliar na diminuição da diarreia e diminuição do risco de desidratação, com uso de alimentos obstipantes e aumento do consumo de líquidos.
8. Existe um risco maior de me desidratar por ter estomia?
Se houver diarreia muito prolongada e não for tomada nenhuma medida de hidratação, este risco existe da mesma forma que existia antes da cirurgia. O que é preciso lembrar é que se o seu estoma for uma ileostomia, a tendência é que as fezes sejam naturalmente mais líquidas, portanto, é preciso ingerir uma quantidade maior de líquidos para evitar desidratação.
9. Quais alimentos posso comer para que as fezes sejam mais sólidas?
Existem alimentos, que devido a um teor maior de fibra do tipo solúvel, ajudam a tornar as fezes mais sólidas como: maçã sem casca, goiaba, suco de caju, legumes cozidos, arroz branco, banana maçã.
10. Quais alimentos posso comer para melhorar a constipação?
Alimentos ricos em fibra do tipo insolúvel são os mais indicados para aumentar o bolo fecal e torná-lo mais macio, auxiliando na melhora da constipação. Para isto, devem-se ingerir frutas com casca, mamão, ameixa, laranja, oleaginosas, pão integral, arroz integral, verduras cruas. Não esquecer que a ingestão adequada de líquidos também contribui para um bom funcionamento intestinal.
Maria da Glória Silva
Nutricionista | CRN 7366
Silvana Toledo
Nutricionista | CRN 5334
Atribuições do Serviço Social na equipe do GAMEDII
O serviço social proporciona atendimento a pacientes e familiares realizando orientações, intervenções e encaminhamentos diversos;
Oferece escuta e acolhimento, identifica problemas e as necessidades de apoio social, bem como os aspectos da dinâmica familiar;
Realiza orientações sobre beneficios assistenciais e previdenciários;
Participa de reuniões com a equipe multiprofissional, salientando a problematica do paciente e interpretando a situação social do mesmo.
1. Quem tem direito ao auxílio-doença?
Todos os segurados têm direito ao auxílio-doença previdenciário. Os primeiros 15 (quinze) dias de afastamento do trabalhador empregado são pagos pelo empregador, após esse prazo, se não recuperar a capacidade para o trabalho, o beneficiário passa a receber o benefício pelo INSS. O segurado pela Previdência Social deve comparecer, pessoalmente ou por intermédio de um de um procurador, a uma agência da previdência, preencher requerimento próprio, apresentar a documentação exigida e agendar realização de perícia médica, também pode ser requerido via internet no site da Previdência Social (www.previdencia.gov.br) ou pelo telefone 135, que funciona de segunda a sábado, das 7:00 às 22:00 horas.
2. Tenho direito ao benefício de auxílio-doença independente do tempo de contribuição?
Há uma carência, precisa contribuir no mínimo 12 meses anteriores à data da concessão do benefício, sem perda da qualidade do segurado. Todavia, o período de carência deixa de ser exigido no caso de acidente de trabalho, bem como se a incapacidade estiver relacionada a algumas doenças, entre elas, a neoplasia maligna (câncer).
3. Não contribuo para a Previdência, se eu começar a pagar o INSS, eu consigo o auxílio-doença?
Não. Caso tenha a doença ou lesão que geraria o benefício, a não ser quando a incapacidade resultar do agravamento da doença ou lesão pré-existente.
4. Tenho direito à isenção de transporte público?
O paciente portador de estomia definitiva tem o direito à isenção municipal, intermunicipal e interestadual, mediante as normas e critérios das secretarias envolvidas. O Decreto Lei 5.296/2004, inclui a estomia como deficiência física. Se a estomia for proveniente de doença maligna (câncer) e estiver em tratamento, quimioterápico e radioterápico, tem direito à isenção tarifária.
5. Sou segurado do INSS e não consigo trabalhar, tenho direito a aposentadoria por invalidez?
Aposentadoria por invalidez é o benefício concedido aos segurados incapacitados definitivamente para exercer suas atividades ou outro tipo de serviço que garanta o seu sustento. Normalmente, a aposentadoria por invalidez é concedida após um período de auxílio-doença, tempo necessário para que se possa verificar com exatidão se a incapacidade é temporária ou permanente. A incapacidade precisa ser confirmada pela perícia médica do INSS.
6. Não contribuo para o INSS e não tenho condições para o trabalho, tenho direito a alguma ajuda?
Sim. Se for constatado a sua incapacidade para o trabalho ou outro tipo de serviço que garanta o seu sustento, e a renda familiar for inferior ao exigido pela lei. Este é chamado BPC (Benefício de Prestação Continuada), garantido pela lei orgânica da assitência social. A incapacidade é constatada pela perícia médica.
7. Posso ser demitido do meu emprego se estiver em tratamento?
Sim. Se a perícia médica der alta, entende-se que o empregado apresenta condições de reassumir o trabalho, caso não concorde com a alta, existe a possibilidade de solicitar reconsideração e ser novamente periciado. Não existe estabilidade de emprego após o seu retorno ao trabalho.
8. Como conseguir relatório médico para fins previdenciários?
Deve ser solicitado ao médico assistente no dia da consulta.
9. É necessário agendar para ser atendido no serviço social?
Sim. O agendamento é realizado pelo administrativo da recepção do ambulatório cirúrgico. Necessidades, física, mental e social, visando promoção, proteção e recuperação da saúde.
10. O assistente social pode marcar consulta?
O assistente social não tem autonomia para agendar consulta, porém pode intervir junto ao médico para que o mesmo avalie a gravidade e sob seu consentimento autorize uma consulta extra.
Neusa Aparecida da Silva
Assistente Social | CRESS 22189
Maria Auxiliadora da Silva
Assistente Social | CRESS 23793
- Médico
- Enfermeiro
- Psicólogo
- Nutricionista
- Assistente Social
- Dermatologia
- Reumatologia
- Oftalmologia
- Hematologia
- Farmácia
A doença inflamatória intestinal corresponde a qualquer processo inflamatório envolvendo o trato gastrointestinal. Pode ser classificada em doença inflamatória de causa conhecida (infecções, parasitoses, enterocolites e outros) ou de causa desconhecida, em que 80 a 90% dos casos correspondem a retocolite ulcerativa e doença de Crohn.
1. Quais são as causas da Doença Inflamatória Intestinal?
As causas das doenças inflamatórias intestinais inespecíficas (retocolite ulcerativa e doença de Crohn) continuam desconhecidas, embora considerável progresso tenha ocorrido nos últimos anos. Estima-se que a doença se desenvolva, em pessoas geneticamente predispostas, associadas a estímulos desconhecidos (provavelmente ambientais ou infecciosos), resultando em inflamação contínua e exagerada do intestino.
2. Quais são as principais diferenças entre Retocolite Ulcerativa e Doença de Crohn?
A retocolite ulcerativa é caracterizada por inflamação difusa da mucosa do reto e cólon. Na doença de Crohn, os focos de inflamação podem afetar qualquer parte do aparelho digestório.
3. Qual é a faixa etária que mais aparece a doença?
A retocolite ulcerativa, assim como a doença de Crohn, tem distribuição uniforme entre os sexos e costuma acometer pessoas jovens, com um pico de incidência entre as idades de 15 a 30 anos, embora possa ocorrer em qualquer idade.
4. Qual o quadro clínico predominante na Doença Inflamatória Intestinal?
Os sinais e sintomas são habitualmente periódicos (fases agudas e de remissão). A diarreia crônica é a queixa mais frequente. Sangramento anal pode ocorrer em ambos, mas é mais observada na retocolite ulcerativa. Febre pode surgir na doença de Crohn, mesmo sem infecção. Outros achados são dor abdominal e perda de peso.
5. Como se faz o diagnóstico da doença?
O diagnóstico da doença é confirmado por avaliação clínica e uma combinação de investigações baseadas em exames laboratoriais, endoscopia, radiologia histologia e medicina nuclear. A colonoscopia é o principal exame na investigação e diferenciação da doença inflamatória intestinal.
6. Existe alguma dieta de exclusão na rotina do paciente com Doença Inflamatória Intestinal?
Não. Até o presente, não há evidência consensual na literatura de que determinado alimento provoque ou piore a doença inflamatória intestinal. Não há indicação para prescrição de dietas padronizadas. Dietas excessivamente restritas podem até agravar a desnutrição desses indivíduos.
7. Existe tratamento para Doença Inflamatória Intestinal?
Sim. O tratamento na maioria dos casos é medicamentoso e tem o objetivo de diminuir os sintomas da fase aguda e manter o controle da doença. O tratamento cirúrgico é necessário para tratar obstruções, complicações supurativas e doença que não responde ao tratamento medicamentoso.
8. Quais são as manifestações Extraintestinais mais comuns na Doença Inflamatória Intestinal?
Tanto a retocolite ulcerativa como a doença de Crohn podem manifestar inflamações fora do trato gastrointestinal, porém de longe os órgãos mais afetados são as articulações, a pele, os olhos e o fígado.
9. Quais são as principais complicações na doença?
As principais complicações na retocolite ulcerativa são: colite grave, perfuração intestinal, megocólon tóxico, sangramento retal grave e suspeita de câncer associado à doença. Na doença de Crohn, as principais complicações são: abscessos intra-abdominais, perfuração intestinal, estenoses (estreitamentos) intestinais, fístulas e obstrução intestinal.
10. Existe alguma maneira de prevenir a Doença Inflamatória Intestinal?
Não. Devemos ficar atentos ao diagnóstico precoce destas doenças para controlar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e evitar complicações. Em Guarulhos, desde 2005 contamos com o grupo de assistência multidisciplinar em estomia e doença inflamatória intestinal do Hospital Padre Bento, o polo tem o objetivo de prestar assistência aos pacientes portadores de estomia e doença inflamatória intestinal através de uma equipe formada por médicos especialistas, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e assistente social.
Dr. Wilton Schmidt Cardozo
Médico Coloproctologista | CRM 76971
Saiba mais
1. Quais são as atribuições do enfermeiro no GAMEDII?
A enfermeiro atende os pacientes de doença inflamatória intestinal em todos os níveis de assistência, tais como: Consulta ambulatoriais de casos novos e antigos, pré operatório, pós operatório, pré infusão de terapia biológica e supervisão da mesma, visitas e acompanhamento aos pacientes internados, acompanhamento do preparo de cólon para procedimento cirúrgico, demarcação prévia para confecção de estomas intestinais e avaliação dos mesmos para prevenir e/ou identificar complicações precoces, avaliação no pós- operatório, acompanhando a evolução e orientando o paciente e os familiares.
2. Por que devo passar em consulta com a enfermeiro?
A enfermeiro tem um papel primordial nas atividades assistenciais, é ele que vai controlar suas condições de saúde para realizar os tratamentos propostos, irá dar subsídios para uma terapia biológica segura, além dos controles de vacinação, anemias, osteoporose, doenças infecto contagiosas, entre outras.
3. – Como é realizado a consulta inicial do enfermeiro no ambulatório de doença inflamatória intestinal?
Na primeira consulta o enfermeiro preenche o histórico de enfermagem, levanta a história pregressa, situação vacinal, faz a coleta de dados para auxiliar o acompanhamento multidisciplinar, solicita os exames do protocolo para definir a conduta de enfermagem e acompanhamento do caso.
4. Quais são as patologias investigadas pelo enfermeiro?
Conforme o protocolo estabelecido para a consulta de enfermagem investigamos: anemias , deficiência de vitaminas, doença celíaca, intolerância à lactose, osteoporose, hepatites A, B e C, HIV e Tuberculose.
5. Quais são os exames solicitados pelo enfermeiro durante a consulta ambulatorial?
Sorologias para hepatites, anti-HIV, hemograma completo, ferro, ferretina, transferrina, vitamina B12, D, acido fólico, anti-endomísio ( doença celíaca ), tolerância à lactose, PPD(teste tuberculínico), VHS e PCR. 6. O enfermeiro pode prescrever ou sugerir algum tipo de tratamento para doença de Crohn ou retocolite ulcerativa? Não, o enfermeiro não é prescritor de medicamentos e sim de cuidados de enfermagem e orientações , qualquer exame alterado ou queixa do paciente que necessite de medicamentos, o mesmo, será encaminhado ao seu médico assistente.
7. Quais são as vacinas indicadas durante o tratamento da doença inflamatória intestinal? Quais são as contraindicadas?
As propostas pelo protocolo do GAMEDII:
Indicadas:
- Vacinas de vírus atenuados:
- Inativadas contra poliomielite, tríplice bacteriana contra tétano,difteria e coqueluche;
- Dupla adulto;
- Dupla infantil;
- Influenza;
- Hepatite A;
- Hepatite B;
- Pneumococo;
- Anti-rábica.
Contra indicadas: As vacinas de vírus vivos:
- BCG;
- Tríplice viral;
- Rubéola;
- Varicela;
- Poliomielite oral;
- Febre amarela.
* exceto se estivem em períodos de remissão e a critério médico.
8. Por que o enfermeiro solicita o exame de dosagem de vitamina D?
A vitamina D combate infecções, uma vez que regula a expressão de genes que influenciam o sistema imune a atacar e destruir bactérias e vírus.Protege também contra doenças cardiovasculares e doenças autoimunes.Por esse motivos controlamos as taxas de vitamina D.
9. O enfermeiro investiga anemias?
Sim, as anemias são investigadas através dos exames: Hemograma, taxa de absorção de ferro, dosagem de ferretina e a taxa de saturação da transferrina.
10. Quem tem doença de Crohn ou retocolite ulcerativa pode doar sangue?
Não há contra indicação do ponto de vista de transmissão das doenças, porém deve-se consultar o seu médico devido ao quadro de baixa imunidade e anemia freqüentes dos pacientes com doença inflamatória intestinal
Silvia Alves da S. Carvalho
Enfermeira | COREN 95211
Atribuições do psicólogo na equipe GAMEDII:
Através de atendimento ambulatorial, bem como na enfermaria, o psicólogo oferece suporte emocional e orientações para lidar melhor no convívio com DII, compreendendo os fatores psíquicos envolvidos no adoecer ou as repercussões que a doença trouxe na vida do paciente ou da família, também participa de reuniões de equipe multidisciplinar e organiza palestras e grupos de apoio, facilitando a troca de informações e experiências.
1. A doença inflamatória intestinal (DII) é emocional?
Não, a causa é desconhecida, acredita-se que fatores genéticos são determinantes na etiologia. Porém, o que observamos através de relatos dos portadores é que a instabilidade emocional parece ser um estímulo precipitador ou desencadeante de crise intestinal.
2. Por que a DII desestabiliza a vida como um todo?
A DII afeta, com maior frequência, o adulto jovem que geralmente está na fase mais produtiva da vida, e diante de uma crise, com a manifestação de diarreias e cólicas impede de manter a estabilidade de compromissos sociais, profissionais, familiares, afetivos, consequentemente muda a rotina com novas demandas por consultas, exames e tratamento; no inicio é difícil acomodar essas demandas e principalmente aceitar a doença e o tratamento, é necessário aceitação e enfrentamento da nova realidade para que se estabilize uma nova organização e dinâmica na vida.
3. Posso engravidar?
Sim, porém recomenda-se planejamento no período de remissão, bem como acompanhamento pré-natal com ambos especialistas, obstetra e coloproctologista.
4. O que vai mudar em minha vida após o diagnóstico de DII?
Assim como qualquer doença crônica, o convívio com a DII poderá ser mais tranquilo com a aceitação do diagnóstico e adesão do tratamento, entender as principais características, conhecer outros portadores e trocar experiências em como lidar com as crises e remissões. Na prática, quando atingir o período de remissão deve-se ter uma vida normal, praticar atividades de lazer, social, profissional.
5. Porque os meus sintomas e tratamento são tão diferentes dos indicados por outros portadores?
As DII possuem manifestações complexas e diferenciadas de acordo com a localização da doença, tolerância a medicamentos e dieta nutricional entre outros. Acredita-se que trata-se de uma doença sistêmica com diversas manifestações extraintestinais, e por isso os sintomas e tratamentos são individualizados.
6. Venho apresentando lapsos de memória “brancos”, há alguma relação com a medicação de DII?
Não há nenhuma comprovação que aborda essa relação entre medicações e lapsos de memória como efeito adverso. No entanto, pressupõe-se que o estresse emocional no convívio em lidar com o diagnóstico e tratamento seja um fator perturbador e assuma um desvio de foco central na vida do portador de DII. É recomendável gerenciar o tempo e as atenções em múltiplos papéis importantes, não apenas o de portador de DII, mas também os de pai, mãe, filho(a), esposo(a), namorado(a), amigo(a), profissional, lazer, enfim, exercitar a mente em outras aptidões e atividades, hobbies, esportes, filmes, livros. Álias, a leitura é um excelente exercício de concentração para a memória.
7. Tenho dificuldades em assumir compromissos agendados e sofro por antecipação.
Diante de algumas experiências traumáticas devido a urgência evacuatória, muitos portadores de DII passam a desenvolver transtorno de ansiedade e fobia de se alimentar na véspera de compromissos, visando obter um previsível controle intestinal. Algumas medidas são válidas por trazerem segurança, porém na vida não temos controle absoluto de tudo e quando o controle passa a assumir um comportamento repetitivo pode desenvolver um transtorno compulsivo obsessivo. A recomendação é seguir as orientações da equipe referente às medicações, dietas e controle da ansiedade, superar a barreira do medo, assumir a responsabilidade pelo tratamento é diferente de controlar todas as situações ao seu redor, a responsabilidade é fazer o que é possível, atitudes tais como aderir ao tratamento, medicações e dieta propostas, levar consigo roupa avulsa e lenços umedecidos e afins, para qualquer incidente, a aceitação do diagnóstico facilita o convívio com qualquer patologia e adesão, inclusive a comunicação com as pessoas com quem convive, pois ao compreender, aceitar a doença, haverá uma facilidade maior em transmitir essas informações em seu meio social, familiar ou afetivo, bem como contar com o apoio e compreensão dessas pessoas vinculadas.
8. Observo que minha libido diminuiu devido as crises de DII.
É comum que isso aconteça perante agudição da doença, afinal como buscar o prazer com estímulos desagradáveis de dores, cólicas, diarreia. Tenha paciência consigo mesmo(a) e não permita que a auto cobrança ou do parceiro(a) atormente ainda mais o seu processo de recuperação. Busque seu bem estar e saúde e consequentemente sua libido se reestabelecerá.
9. Como controlar a ansiedade?
É importante compreender que os sinais e sintomas de ansiedade visam proteger de algum risco ou de ameaça, real ou imaginária, no caso dos portadores de DII, as manifestações de ansiedade são decorrentes de um misto de eventos de sofrimento e constrangimentos reais e outras motivadas pelo medo antecipatório de riscos imaginários, e se tratando deste ultimo, é aconselhável o enfrentamento para dessensibilizar a fobia, ou seja, quebrar o medo enfrentando situações cotidianas e adquirindo segurança, algumas técnicas podem ajudar a adquirir serenidade, equilíbrio e autocontrole, tais como a respiração profunda e o relaxamento, que comprovadamente beneficiam e promovem um sedativo natural.
10. Por que me sinto tão fragilizada(o) emocionalmente com a mudança de auto imagem corporal?
A imagem que temos de nós mesmos é muito importante pois nos remete a segurança e a forma de como nos relacionamos socialmente. Assim, diante de alterações nesta imagem devido à significativa perda ou ganho de peso, lesões de pele, fraqueza podemos nos sentir fora de nosso eixo, é como se aquela imagem não nos representasse, ou não se reconhecesse em sua identidade, e neste conflito, pode se instalar angústia e até um episódio depressivo. A sugestão é não supervalorizar essas mudanças, exercite pensamentos positivos, pois com o controle das crises tudo vai passar e a saúde se restabelecerá, mentalize saúde perfeita e um corpo saudavel, ou seja, “Mente sã em um corpo são.”
Cleide Rodrigues de Castro
Psicóloga | CRP 06/45987
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Atribuição do nutricionista
“O nutricionista é profissional de saúde, que, atendendo aos princípios da ciência da Nutrição, tem como função contribuir para a saúde dos indivíduos e da coletividade.”
Ou seja, cabe a este profissional o papel de , através do manejo de uma alimentação saudável e adequada, auxiliar no tratamento e manutenção da saúde das pessoas. No que diz respeito aos pacientes portadores de Doenças Inflamatórias Intestinais, o nutricionista, inserido em uma equipe multiprofissional, é o profissional que irá auxiliar o paciente no que diz respeito a sua alimentação, traduzindo as orientações médicas em uma alimentação equilibrada, saudável e saborosa, capaz de auxiliar sua recuperação e manutenção de sua saúde.
1. Descobri que tenho uma Doença Inflamatória Intestinal. Sinto-me inseguro e tenho medo de comer. Será que a alimentação pode piorar a minha doença?
O medo de se alimentar é muito comum, pois a doença, em sua fase aguda, pode provocar dores, diarreia e vômitos, que podem piorar com a alimentação. Assim, muitos pacientes associam a alimentação em si a uma piora na doença. Mas na verdade, não existe na literatura um consenso sobre alimentos que piorem ou que sejam capazes de ativar a doença. O que existem são alimentos que podem não ser bem tolerados por alguns pacientes, mas isso não significa que eles tenham a capacidade de piorar a doença.
2. Por que devo me preocupar com a alimentação se já faço uso de medicamentos?
A desnutrição é frequente em pacientes com DII, seja porque a doença exige mais do organismo em termos de gasto energético , seja porque a absorção de nutrientes fica prejudicada ou até mesmo porque muitos pacientes ficam inapetentes (com falta de apetite) ou têm medo de se alimentar. E a desnutrição exerce um efeito negativo na evolução do tratamento. Portanto, é fundamental que, além do uso correto das medicações, o paciente também seja acompanhado por um nutricionista e se alimente de acordo com as orientações recebidas, para que possa corrigir uma eventual desnutrição ou evitar que isso venha a acontecer. O uso correto dos medicamentos prescritos pelo seu médico jamais deverá ser interrompido sem que ele o oriente e nunca será substituído pela alimentação adequada.
3. Existe uma dieta específica para pacientes que tem DII?
Não existe uma dieta padrão, pronta para todo e qualquer paciente que tenha DII. Cada paciente é único e deve ser avaliado por um nutricionista que irá orientar a sua dieta de acordo com o que está acontecendo com ele naquele momento: se a sua doença está na fase aguda ou não, se ele está desnutrido ou não, se ele tem alguma restrição alimentar e assim por diante. Assim como uma medicação pode ser a mesma para todos os pacientes, mas cada um toma uma dose diferente, o mesmo ocorre com a dieta, ela deve ser sempre individualizada para cada pessoa.
4. Ouvi dizer que quem tem DII é proibido de comer alguns alimentos, é verdade?
Mais uma vez trata-se de uma questão de individualização do tratamento. Quando se fala em alimentação para paciente com DII sempre deve se observar qual o momento da doença deste paciente antes de dizer se ele pode ou não ingerir determinado alimento. Por exemplo, na fase aguda da doença, normalmente existem mais restrições alimentares para que o paciente possa se recuperar de sintomas como náuseas e diarreia. Neste caso, alguns alimentos serão proibidos, mas voltarão a ser permitidos assim que este quadro mudar. Existem ainda alimentos que não são tolerados por alguns portadores de DII, caso de alimentos que contém lactose ou glúten, então estes alimentos serão excluídos da dieta destas pessoas em específico, mas não significa que todos os pacientes com DII serão proibidos de consumir lactose ou glúten, por exemplo. Cada paciente precisa descobrir se existe algum alimento que lhe causa mal e, então, este alimento será excluído da dieta deste paciente, não querendo dizer que outro paciente com a mesma doença não possa consumir.
5. Na fase aguda da doença é verdade que o paciente deve ficar em jejum?
Não. Hoje já se sabe que o “repouso intestinal” através do uso de alimentação parenteral (alimentação pela veia) não é necessário para que o paciente entre na fase de remissão da doença. Muito pelo contrário, muitos pacientes que estão na fase aguda da doença podem se alimentar normalmente desde que sejam feitas as adaptações necessárias na sua dieta, seguindo as orientações de um nutricionista.
6. Por que devo me alimentar de um jeito quando estou em crise e de outro quando estou na fase de remissão de minha doença?
Isto é necessário para que se possa garantir um melhor controle de sintomas, além da prevenção e manutenção de um estado nutricional adequado. Assim, dependendo da fase da doença em que o paciente se encontra, a terapia nutricional terá um objetivo. Por exemplo: na fase aguda da doença, é fundamental que a alimentação ajude no controle de sintomas como diarreia, náuseas e vômitos, dores abdominais, além de ajudar a prevenir ou reverter a perda de peso. Nesta fase, talvez até seja necessário utilizar suplementos alimentares. Já na fase de remissão, com a melhora do paciente, pode-se voltar gradativamente para uma dieta saudável, sem necessariamente excluir alimentos rotineiramente usados.
7. Acabei de descobrir minha doença e ainda não consigo comer muitos alimentos de que gosto. Essas restrições serão para sempre?
Não! Normalmente a doença é descoberta em um período de atividade, quando ainda se tem muitos sintomas como diarreia, dor abdominal, náuseas e vômitos, distensão abdominal, dentre outros. Assim, restrições alimentares mais severas são necessárias para que estes sintomas cessem. Entretanto, tão logo o tratamento proposto comece a surtir efeito e estes sintomas se minimizem, já é possível, com auxílio de um nutricionista, retomar gradativamente a alimentação habitual. Lembrando-se sempre de que alguns pacientes passam a não tolerar alguns alimentos, como é o caso de alimentos como lactose. Somente nestes casos, haverá sempre a restrição de alimentos a que, sabidamente, se é intolerante.
8. É verdade que pacientes que tem Doenças Inflamatórias Intestinais não podem consumir fibras?
Não. As fibras fazem parte dos carboidratos da alimentação e, em geral, possuem diferentes efeitos fisiológicos, dependendo do tipo de fibra que se consome. Assim, temos fibras que, de forma geral, irão exercer um efeito “obstipante”, que será interessante quando se está na fase aguda da doença, e outras que terão efeito “laxativo”. Assim, se consumidas em quantidades e tipos adequados para cada fase da doença, com orientação profissional, não há problemas em consumi-las.
9. No hospital em que me trato alguns pacientes foram orientados a consumir suplementos vitamínicos e eu não. Devo fazer uso também?
Não necessariamente. A deficiência de vitaminas e minerais pode ser comum em pacientes portadores de DII, principalmente na fase aguda ou após grandes cirurgias. Desta forma, somente faço uso de suplementos vitamínicos se eles forem orientados pelo seu médico ou nutricionista.
10. Um colega com DII está em acompanhamento com o nutricionista. Posso seguir a dieta que ele segue, já que temos a mesma doença?
Não. Assim como o tratamento medicamentoso é individualizado, o tratamento nutricional também é, e vai depender de uma série de fatores que variam de pessoa para pessoa. Não existe uma única dieta para DII, portanto, para saber como se alimentar adequadamente e conviver bem com sua DII, procure você também um profissional nutricionista para auxiliá-lo.
Maria da Glória Silva
Nutricionista | CRN 7366
Silvana Toledo
Nutricionista | CRN 5334
Atribuições do Serviço Social na equipe do GAMEDII
- O serviço social proporciona atendimento a pacientes e familiares realizando orientações, intervenções e encaminhamentos diversos;
- Oferece escuta e acolhimento, identifica problemas e as necessidades de apoio social, bem como os aspectos da dinâmica familiar;
- Realiza orientações sobre benefícios assistenciais e previdenciários;
- Participa de reuniões com a equipe multiprofissional, salientando a problematica do paciente e interpretando a situação social do mesmo.
1. Quem tem direito ao auxílio-doença?
Todos os segurados têm direito ao auxílio-doença previdenciário. Os primeiros 15 (quinze) dias de afastamento do trabalhador empregado são pagos pelo empregador, após esse prazo, se não recuperar a capacidade para o trabalho o beneficiário passa a receber o benefício pelo INSS. O segurado pela Previdência Social deve comparecer pessoalmente ou por intermédio de um procurador, a uma agência da previdência, preencher requerimento próprio, apresentar a documentação exigida e agendar realização de perícia médica, também pode ser requerido via internet no site da Previdência Social (www.previdencia.gov.br) ou pelo telefone 135, que funciona de segunda a sábado, das 7:00 as 22:00 horas.
2. Tenho direito ao benefício de auxílio-doença independente do tempo de contribuição?
Há uma carência, precisa contribuir no mínimo 12 meses, anterior à data da concessão do benefício, sem perda da qualidade do segurado. Todavia, o período de carência deixa de ser exigido no caso de acidente de trabalho.
3. Não contribuo para a Previdência, se eu começar a pagar o INSS consigo o auxílio-doença?
Não. Caso tenha a doença ou lesão que geraria o benefício, a não ser quando a incapacidade resultar do agravamento da doença ou lesão pré-existente.
4. Tenho direito a isenção de transporte?
Pela doença infamatória intestinal não dá o direito a isenção tarifária.
5. Sou segurado do INSS e não consigo trabalhar, tenho direito a aposentadoria por invalidez?
Aposentadoria por invalidez é o benefício concedido aos segurados incapacitados definitivamente para exercer suas atividades ou outro tipo de serviço que garanta o seu sustento. Normalmente, a aposentadoria por invalidez é concedida após um período de auxílio-doença, tempo necessário para que se possa verificar com exatidão se a incapacidade é temporária ou permanente. A incapacidade precisa ser confirmada pela perícia médica do INSS.
6. Não contribuo para o INSS e não tenho condições para o trabalho, tenho direito a alguma ajuda?
Sim. Se for constatado a sua incapacidade para o trabalho ou outro tipo de serviço que garanta o seu sustento, e a renda familiar for inferior ao exigido pela lei. Este é chamado BPC (Benefício de Prestação Continuada), garantido pela lei orgânica da assitência social. A incapacidade é constatada pela perícia médica.
7. Posso ser demitido do meu emprego se estiver em tratamento?
Sim. Se a perícia médica der alta, entende-se que o empregado apresenta condições de reassumir o trabalho, caso não concorde com a alta, existe a possibilidade de solicitar reconsideração e ser novamente periciado. Não existe estabilidade de emprego após o seu retorno ao trabalho.
8. Como conseguir relatório médico para fins previdenciários?
Deve ser solicitado ao médico assistente no dia da consulta.
9. É necessário agendar para ser atendido no serviço social?
Sim. O agendamento é realizado pelo administrativo da recepção do ambulatório cirúrgico.
10. O assistente social pode marcar consulta?
O assistente social não tem autonomia para agendar consulta, porém pode intervir junto ao médico para que o mesmo avalie a gravidade e sob seu consentimento autorize uma consulta extra
Neusa Aparecida da Silva
Assistente Social | CRESS 22189
Maria Auxiliadora da Silva
Assistente Social | CRESS 23793
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1. As Doenças inflamatórias intestinais (DII) podem cursar com lesões na pele?
R: Sim, aproximadamente um terço dos pacientes poderão apresentar lesões de pele durante o curso da doença inflamatória intestinal. Em alguns casos, essa manifestação se apresentará antes do aparecimento da DII , ou poderá aparecer durante o curso agudo da mesma, outras vezes será uma alteração de caráter crônico.
2. Quais são as alterações de pele mais frequentes nos pacientes com DII?
R: Algumas alterações de pele descritas mais frequentes é o Eritema Nodoso (EN), que pode aparecer junto com os sintomas da DII. São descritos como caroços dolorosos, avermelhados nas pernas, às vezes não são visíveis, mas sentidos ao toque dos dedos, sendo mais comum em mulheres e pacientes com alterações de intestino grosso, podendo estar associada à inflamação nas articulações (artrite). Outra manifestação descrita é o Pioderma Gangrenoso (PG), de caráter crônico, que se caracteriza pelo aparecimento na pele de uma ou várias lesões que evoluem para feridas ou úlceras abertas dolorosas, com bordas arroxeadas, mais comuns nos membros inferiores, podendo aparecer em qualquer outra parte do corpo. Pode aparecer também em áreas próximas às estomias, acredita-se que nestes casos ocasionadas pelo trauma local. (Fenômeno denominado de patergia). O PG parece ser mais comum na Retocolite do que na Doença de Chron. As aftas são também lesões frequentes (aproximadamente 20% dos casos), são pequenas feridas nas superfícies mucosas dentro da boca.
3. A Doença de Crohn pode ter alguma lesão de pele própria da doença?
R: Sim, são lesões mais específicas relacionadas com a própria inflamação intestinal, e se manifestam como vermelhidão ou formação de pequenas úlceras ou feridas, além de fissuras que são pequenas rachaduras ao redor do ânus. Podem sangrar, causar dor e coceira na região perianal. Em alguns casos pode ocorrer a formação de fístulas êntero-cutâneas que aparecem ao redor dos genitais e são como caminhos ou pertuitos (com um pequeno furinho) que faz a comunicação entre a parede do intestino e a pele, normalmente ligando o reto à vagina, bexiga ou nádegas podendo eliminar aí algum tipo de secreção. Também pode ser complicação de alguma cirurgia. Este tipo de fístula pode vazar pús ou material fecal e ocorrem em aproximadamente 30% dos pacientes com Doença de Crohn. Outras alterações nesta região são os plicomas que são saliências (espessamento e crescimento) de pele ao redor do ânus que ocorrem devido ao processo inflamatório. As lesões de pele na Doença de Crohn, normalmente, ocorrem concomitantes ao aparecimento das manifestações gastrointestinais.
4. Quais as outras manifestações de pele menos frequentes das DII?
R: Aquelas decorrentes da nutrição deficiente de minerais ou vitaminas como a deficiência de zinco, denominada acrodermatite enteropática, que são placas avermelhadas ou com superfície escamosa, com pústulas ou crostas ao redor de orifícios do corpo como boca, ânus, genitais ou em faces extensoras. De ocorrência mais rara são relatadas ainda a Síndrome de Sweet, com placas e caroços avermelhados no rosto, pescoço e tronco, manifestações de febre, hemograma com aumento de glóbulos brancos. Outra manifestação bastante rara é a Doença de Crohn metastática, onde as lesões granulomatosas ocorrem distante do trato gastrointestinal, geralmente no abdome, membros inferiores e áreas de dobras.
5. Os medicamentos usados no tratamento da DII pode levar a alguma alteração na pele?
R: Em raros casos é possível desenvolver alguns quadros cutâneos decorrentes do tratamento com as sulfas e os anti-TNF ( biológicos), estes últimos podem induzir o aparecimento de lesões psoriasiformes (semelhantes à psoríase) e, com menos frequência, os quadros de alopecia areata, líquen plano e, eventualmente quadros mais extensos de descolamento da pele (necrólise epidérmica tóxica).
Dra. Luciana Valentini de Melo
Médica Dermatologista | CRM 76509
Referências:
• Cardozo, WS, Sobrado C.W. Doença Inflamatória Intestinal in: Cap.IX-Manifestações dermatológicas da Doença Inflamatória Intestinal, Ed.Manole, 2012.
• SAMPAIO, S.A.P.; RIVITI, E. A. Inflamações não - infecciosas in: SAMPAIO, S.A.P.;RIVITI, E. A. Dermatologia. 2° ed, São Paulo, ARTES MÉDICAS, 2001.
• Rare cutaneous manifestations associated with Crohn's disease.International Journal of Colorectal Disease 2014; Vol 29(6):765-7.
• Cutaneous Crohn's disease treated with infliximab and 4 years of follow up.Australasian Journal of Dermatology 2014; Vol 55(3):e40-3.
• IL-36? Sustains a Proinflammatory Self-amplifying Loop with IL-17C in Anti-TNF-induced Psoriasiform Skin Lesions of Patients with Crohn's Disease. Inflammatory Bowel Diseases 2014;Vol 20(11):1891-901.
• In ulcerative colitis, current use of thiopurines was associated with nonmelanoma skin cancer. Annals of Internal Medicine 2015; Vol 162(6):JC12
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1. Qual a chance de um paciente com DII apresentar manifestações articulares?
Os sintomas articulares constituem a manifestação extraintestinal mais comum das DII, ocorrendo em 10 a 20% dos pacientes, sendo que homens e mulheres são afetados igualmente. Ressaltando que tais manifestações podem preceder os sintomas gastrointestinais, assim como aparecer concomitante ou depois dos mesmos.
2. Quais as articulações podem estar envolvidas?
As articulações que podem estar afetadas são: coluna, onde o paciente apresenta dor e rigidez, principalmente pela manhã ou após o repouso; quadril; assim como outras articulações periféricas, como, por exemplo, joelhos e tornozelos.
3. Existe algum risco de deformidade?
Normalmente o acometimento articular se caracteriza por períodos de remissão e atividade, não deixando sequelas ou deformidades.
4. Existe relação entre as manifestações articulares e a atividade da DII?
Geralmente o acometimento das articulações periféricas coincide com a atividade da DII. Já nos casos em que há envolvimento da coluna ou quadril, este ocorre de forma independente da DII.
5. Existe outra manifestação frequente associada ao quadro articular?
Outra manifestação reumatológica bastante comum é a entesite, que é a inflamação do local de inserção de um ligamento, tendão, cápsula articular ou fáscia no osso. Mais comumente as entesites acometem os pés (tendão do calcâneo ou fáscia plantar) e joelhos (tendão patelar). As entesites podem ser isoladas ou associadas com artrite periférica ou envolvimento axial.
6. Quais são os diagnósticos diferenciais dessas manifestações articulares?
Entre os diagnósticos diferenciais destacam-se:
• Osteoartrite: sintomas e sinais articulares que estão associados a defeitos da integridade da cartilagem articular, além de modificações no osso subjacente e nas margens articulares.
• Osteonecrose: necrose avascular do osso, comumente afeta o quadril, joelho e ombro. Os pacientes afetados tipicamente foram tratados com glicocorticoides e a dor é desproporcional ao grau de limitação da amplitude de movimento passivo da articulação afetada.
• Artrite séptica: infecção da articulação
7. Há outras doenças reumatológicas que podem estar associadas às DII?
Sim, entre elas:
• Fibromialgia: síndrome dolorosa não-inflamatória, caracterizada por dores musculares difusas e migratórias, fadiga, distúrbios do sono e parestesias.
• Síndrome Sjogren: doença autoimune crônica, em que as células do sistema imune destroem as glândulas exócrinas, especificamente as glândulas salivares e lacrimais.
• Miopatias Inflamatórias: doenças musculares em que as fibras musculares não funcionam, o que resulta em fraqueza muscular. Cãibras musculares, rigidez e espasmo são sintomas e sinais associados à miopatia.
8. Quais achados os exames laboratoriais podem mostrar?
Não existe nenhum achado laboratorial específico, porém algumas alterações podem ser vistas: aumento no número dos leucócitos, anemia por perda sanguínea ou por inflamação crônica, marcado aumento no número das plaquetas (podendo ser maior que 700.000), elevação dos reagentes de fase aguda, tais como proteína C reativa (PCR) e velocidade de hemossedimentação (VHS). Outro resultado encontrado é a ausência do fator reumatoide.
9. Como é o tratamento da artrite relacionada às DII?
O tratamento é semelhante ao da DII, podendo ser administradas as medicações tais como: corticoesteroides, sulfassalazina ou mesalazina, metotrexato, azatioprina ou inibidores do TNF-. Lembrando que devido ao risco de causarem ulceração ou sangramento intestinal os anti-inflamatórios não hormonais não devem ser prescritos de rotina.
10. Em caso de indicação cirúrgica para tratamento da DII, as manifestações articulares também curam?
Quando o acometimento ocorrer em articulações periféricas e, no caso da Retocolite Ulcerativa Idiopática, há uma maior chance de remissão após a realização do procedimento cirúrgico.
Dra. Nathália de Carvalho Sacilotto
Médica Reumatologista | CRM 139187
1. É possível pacientes com doença inflamatória intestinal (DII) terem manifestações oculares?
Embora incomum, é possível ter acometimento ocular nas doenças inflamatórias intestinais e, em alguns casos, a inflamação ocular pode preceder as manifestações gastrointestinais.
2. Qual a incidência de manifestações oculares na DII?
As manifestações oculares ocorrem em aproximadamente 5% dos pacientes com Retocolite Ulcerativa e 3% em pacientes com Doença de Crohn.
3. Quais manifestações oculares que podemos encontrar em pacientes com DII?
Esses pacientes podem apresentar uveítes, infiltrados corneais periféricos, ceratite, conjuntivite, blefarite, episclerite , esclerite, miosite, olho seco, retinopatia serosa e hialite.
4. Qual a principal alteração ocular que podemos encontrar em pacientes com DII?
A principal alteração ocular em pacientes com DII é a uveíte.
5. O que é uveíte?
Uveíte é uma inflamação dentro do olho, das estruturas que contém o trato uveal (íris, o corpo ciliar e a coroide). Porém a inflamação também pode acometer outras estruturas como o humor vítreo, a retina e o nervo óptico.
6. De que forma a uveíte pode se apresentar em pacientes com DII?
O principal acometimento em pacientes com DII é a uveíte anterior, que acomete a parte anterior do olho, mas ela também pode se apresentar na forma de uveíte intermediária.
7. Quais os principais sinais e sintomas das uveítes anterior e intermediária?
Os principais sinais e sintomas da uveíte anterior são olho vermelho, dor ocular, fotobia e leve turvação visual. Já na uveíte intermediária há uma leve a moderada turvação visual, acompanhada das chamadas moscas volantes.
8. Qual o tratamento das uveítes?
Geralmente as uveítes podem ser tratadas com colírios de corticoides para tirar a inflamação e colírios midriáticos e cicloplégicos para alívio da dor e controle da inflamação. Mas, em alguns casos, pode se fazer necessário o uso de corticoides por via oral e até mesmo o uso de imunossupressores.
9. Existe alguma outra manifestação extra intestinal associada às uveítes em pacientes com DII?
Sim. Em pacientes com Retocolite Ulcerativa as uveítes estão associadas a presença da espodilite anquilosante.
10. Com qual frequência eu devo procurar o meu oftalmologista?
O ideal é ir ao oftalmologista pelo menos uma vez por ano, e ao menor sinal de acomentimento ocular, o paciente deve procurar o oftalmologista imediatamente.
Dra. Aline Fioravanti Lui
Médica Oftalmologista | CRM 117342
Anemia na Doença Inflamatória Intestinal
1. O que é anemia?
Anemia é a presença de níveis baixos de hemoglobina no sangue. A hemoglobina é a substância que preenche os glóbulos vermelhos, também chamados de hemácias, e é responsável por levar o oxigênio dos pulmões para todo o organismo.
2. Por que acontece a anemia?
As hemácias nascem na medula óssea, a partir das células-tronco produtoras de sangue, vivem por 90 a 120 dias e, ao envelhecerem, são retiradas do sangue pelo baço, o fígado e pela própria medula óssea. Nesses locais, elas são destruídas e seu conteúdo é reciclado (principalmente através do reaproveitamento do ferro). A anemia pode ser causada por falta de produção do elemento que carrega a hemoglobina (o glóbulo vermelho em si), pela falha na produção da própria substância, ou pela destruição acelerada das hemácias.
3. Quais são as causas da anemia nos portadores de Doença Inflamatória Intestinal?
A Doença Inflamatória Intestinal é um quadro complexo, com causas variadas e efeitos sobre muitos órgãos e sistemas, portanto neste caso a anemia pode ocorrer por vários mecanismos:
• Diminuição na produção dos glóbulos vermelhos:
- Como a DII é uma doença inflamatória, ela leva à produção de substâncias que são capazes de impedir o crescimento adequado das células que originam os glóbulos vermelhos.
- Falta de vitaminas que ajudam as células a se dividir e dar origem a novas hemácias, como as vitaminas do complexo B (ácido fólico, B6, B12, etc).
• Falha na produção da hemoglobina:
- Por conter ferro em seu interior e por existir em grande quantidade no sangue, a maior parte do estoque de ferro do corpo está em forma de hemoglobina. Por esse motivo, quando há sangramento há perda de ferro.
Pequenos sangramentos podem ter a perda compensada através do ferro aproveitado dos alimentos. Porém, como o corpo permite a entrada apenas de uma quantidade mínima de ferro ao dia (este é um mecanismo de proteção do organismo, pois o excesso de ferro é tóxico), em caso de sangramentos de maior volume ou de sangramentos pequenos - porém contínuos, o ferro alimentar não é suficiente para repor a necessidade, e a carência de ferro acontece.
Há casos onde não ocorre perda de ferro, porém também não há ganho. Isto acontece quando o paciente não consegue aproveitar o ferro dos alimentos ou quando não ingere nem a quantidade mínima necessária.
Finalmente, quando os glóbulos vermelhos são formados, se não há ferro suficiente para formar a quantidade necessária de hemoglobina para preenchê-los, ocorre a anemia.
• Destruição acelerada das hemácias:
- A DII é, no fundo, uma doença onde as defesas do organismo agridem ao próprio corpo e em alguns casos essa agressão pode atingir também as hemácias, levando à destruição de grande número destas, a tal ponto que o corpo não consegue produzi-las em velocidade suficiente para compensar este processo.
4. Qual é o tipo mais comum de anemia nos portadores de DII?
A anemia por deficiência (falta) de ferro. O sangramento que pode ocorrer de forma visível ou imperceptível para o paciente leva à perda de hemácias, portanto à perda de ferro. Como o sangramento acontece frequentemente nos portadores de DII, este tipo de anemia é o mais comum. Além das perdas, a inflamação da mucosa (camada interna) do tubo digestivo, particularmente do estômago e do duodeno, dificulta a entrada do ferro que chega pela alimentação. É um caso típico de ganhar de menos e gastar demais.
5. É possível curar a anemia apenas com alimentação?
Não. Uma boa nutrição é fundamental para a vida, portanto auxilia em todos os aspectos de qualquer tratamento. Mas quando a anemia se estabelece, particularmente quando é devida à falta de uma ou de várias vitaminas, é sinal de que o que se come não é suficiente ou não entra em quantidade suficiente para suprir a necessidade de matéria prima para a produção de glóbulos vermelhos. A reposição de vitaminas necessita ser feita em quantidade adequada às necessidades e oferecida de uma forma que o organismo consiga aproveitá-la completamente. Por este motivo, muitas vezes as vitaminas têm que ser dadas por via injetável, para garantir que realmente alcancem o sangue e façam efeito.
6. O uso de complexos vitamínicos de venda livre, por conta própria, ajuda a prevenir a anemia?
Na maioria das vezes não, e frequentemente pode piorar o quadro do paciente. Os complexos vitamínicos de venda livre contêm grande quantidade de vitaminas e minerais, nem sempre na quantidade adequada para tratar a falta dos mesmos, porém em quantidade suficiente para irritar mais ainda a mucosa do tubo digestivo e causar piora dos sintomas de flatulência, dor, diarreia, constipação ou até sangramento. A escolha do tipo e da composição dos suplementos de vitaminas deve ser feita pelo médico.
7. Frequentemente os pacientes com DII necessitam tomar vitaminas injetáveis por muito tempo, às vezes pelo resto da vida. Por quê?
Mesmo fora das crises, os pacientes com DII podem ter sequelas da doença, capazes de interferir no aproveitamento dos alimentos, como a atrofia da mucosa (afinamento da camada interna do estômago e do intestino delgado). Por melhor que seja a alimentação, as necessidades de certas vitaminas e sais minerais podem não ser supridas adequadamente. Para evitar que a anemia ocorra novamente, o médico pode optar por administrar ferro, vitamina B12 ou outros medicamentos preventivamente, de forma a evitar que os estoques do organismo se esgotem.
8. Algumas pessoas tomam vitaminas injetáveis em doses altas e a anemia não melhora. Por quê?
Quando a causa da anemia não consegue ser controlada, a oferta de “matéria prima” para a formação de glóbulos vermelhos e de hemoglobina pode não ser o suficiente, já que a “fábrica” (ou seja, a medula óssea, o lugar onde as células do sangue são produzidas) pode não conseguir funcionar adequadamente em qualidade ou em quantidade suficiente para garantir a “produção” de acordo com a demanda.
9. Se a anemia persistir por muito tempo, vira leucemia?
Não. A leucemia é um tipo de neoplasia (câncer) que se origina nas células-tronco da medula óssea, ou seja, nas células que dão origem aos glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Mutações no DNA das células-tronco são as responsáveis pelo crescimento excessivo e pela formação de células doentes em lugar dos elementos normais do sangue. As células doentes da leucemia ocupam o espaço das células normais do sangue, levando à anemia, à queda de glóbulos brancos normais e das plaquetas. Não existe relação conhecida entre a existência prévia de anemia por falta de vitaminas, inflamação ou por causas imunológicas e o aparecimento de leucemia. Portanto, a leucemia causa anemia, porém a anemia relacionada à DII não leva à leucemia.
Dra. Laura Yolanda Chialanza Garcia
Médica Hematologista | CRM 76949
1. Quem tem direito a receber medicamentos do componente especializado (alto custo)?
Esse direito constitucional foi regulamentado pela Lei nº 8.080/1990 que, dentre outras ações, estabeleceu que o Sistema Único de Saúde deveria ser estruturado de forma a garantir assistência terapêutica integral, inclusive Assistência Farmacêutica.
2. Quais são os documentos necessários para inscrever-se no programa de liberação de medicamentos do componente especializado (alto custo)?
1 .Laudo de Solicitação, Avaliação e Autorização de Medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica original, preenchido de forma completa e legível pelo médico responsável pelo atendimento ao paciente.
2.Prescrição de medicamento original, em duas vias, elaborada de forma completa e legível, pelo médico responsável pelo atendimento ao paciente.
3.Cópia de documentos pessoais do paciente (Documento de identidade; Comprovante de residência com CEP; Cartão Nacional de Saúde (CNS)).
4.Cópia dos exames conforme o Protocolo.
3- Quais são os exames necessários para liberação dos medicamentos indicados na doença inflamatória intestinal?
Sulfassalazina :
• Doença de Crohn
- Laudo médico com comprovação endoscópica, radiológica, cirúrgica ou anatomopatológica da doença;
- Hemograma;
- Urina tipo I;
- Dosagem sérica creatinina.
• Retocolite Ulcerativa
- Laudo médico com comprovação endoscópica ou radiológica ou cirúrgic a ou anatomopatológica da doença.
- Hemograma;
- Dosagem sérica TGO (Transaminase Glutâmico Oxalacética);
- Dosagem sérica TGP (Transaminase Glutâmico Pirúvica);
- Dosagem sérica creatinina;
- Urina tipo I
Mesalazina :
• Doença de Crohn
- Laudo médico com comprovação endoscópica, radiológica, cirúrgica ou anatomopatológica da doença;
- Hemograma;
- Urina tipo I;
- Dosagem sérica creatinina.
• Retocolite Ulcerativa
- Laudo médico com comprovação endoscópica ou radiológica ou cirúrgica ou anatomopatológica da doença.
- Dosagem sérica Ureia;
- Dosagem sérica creatinina;
- Urina tipo I
Imunossupressores :
Infliximabe :
• Doença de Crohn
- Laudo médico com comprovação endoscópica, radiológica, cirúrgica ou anatomopatológica da doença;
- Dosagem sérica TGO (Transaminase Glutâmico Oxalacética);
- Dosagem sérica TGP (Transaminase Glutâmico Pirúvica);
- Avaliação de Tuberculose Latente ou Ativa;
- Radiografia de tórax;
- Prova de Mantoux PPD (teste tuberculínico).
Adalimumabe :
• Doença de Crohn
- Laudo médico com comprovação endoscópica, radiológica, cirúrgica ou anatomopatológica da doença;
- Avaliação de Tuberculose Latente ou Ativa;
- Radiografia de tórax;
- Prova de Mantoux.
4-Qual é o tempo máximo de validade das receitas médicas para liberação dos medicamentos?
Para medicamentos não controlados, a receita tem validade 03 meses.
5-O que fazer na falta de medicamentos no programa CEAF/Farmácia de alto custo?
Para solicitar medicamento ou nutrição enteral não disponível no SUS para avaliação de fornecimento pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES/SP)
• Comissão de Farmacologia da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo
Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, nº 188, Cerqueira César, São Paulo
• Em caso de dúvidas, envie um e-mail para: comissaofarmacologia@saude.sp.gov.br
6-Como proceder no caso de reações adversas ou alergia dos medicamentos?
Comunicar seu médico ou procurar um farmacêutico da unidade de farmácia de Alto Custo, pois todas as unidades possuem farmacêuticos capacitados para orienta-los e esclarecer suas dúvidas.
7-Quais os dias e horários de funcionamento da farmácia de alto custo?
Atendimento ao público: Segunda-feira a sexta-feira das 7hs às 17hs.
8-Como solicitar medicamentos considerados de urgência médica?
O médico deverá emitir um relatório explicando a urgência, onde o paciente ira entregar juntamente com os demais documentos de solicitação.
9. Onde devo guardar meu medicamento?
Manter o medicamento sempre na embalagem original, nunca guardar o medicamento na cozinha e banheiro devido calor e umidade. Fique atento com alguns medicamentos que necessitam ser guardados na geladeira nunca utilize a porta da geladeira ou congelador.
10. O que é medicamento termolábel?
São medicamentos que devem ser armazenados em locais refrigerados; a temperatura do local armazenamento deve-se manter dentro da faixa 2° a 8°C.
Quando expostos a temperaturas elevadas, esses medicamentos podem perder as suas propriedades terapêuticas.
Farmacêutica Luciene Grapeia
Unidade Guarulhos
OSS / SPDM - Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina
Telefone : 2408-5886