Doença do Refluxo Gastroesofágico

O refluxo de parte do conteúdo do estômago para o esôfago, em algumas situações pode ser considerado um evento fisiológico e normal. Quando o refluxo passa a gerar sintomas ou causar lesões, caracteriza-se como doença. Portanto, temos como definição que doença do refluxo gastroesofágico é decorrente do fluxo retrógrado de parte do conteúdo gástrico para o esôfago, podendo atingir a faringe e laringe.

O que você precisa saber

A doença é considerada crônica, aumenta com a idade e tem maior prevalência em pessoas acima dos 40 anos. Pode atingir homens e mulheres em igual proporção. Os fatores predisponentes mais comuns são a presença de Hérnia de Hiato esofágico, obesidade e tabagismo, entre outros.

Sinais e Sintomas

Os sintomas mais típicos são; azia e regurgitação. A azia, caracteriza-se, geralmente, por uma sensação de ardência ou queimor retroesternal (dor torácica) e epigástrica, que se erradia para a garganta. A regurgitação consiste na eructação de suco gástrico ou do conteúdo do estômago na boca, frequentemente acompanhada por um gosto amargo desagradável.

Existem outros sintomas considerados atípicos e menos comuns que são: disfagia (dificuldade de deglutir), rouquidão, salivação excessiva, sensação de “bola na garganta”, tosse, bronquite, asma e dor torácica não cardíaca (dor no peito). Como complicações da doença, o contato prolongado do suco gástrico refluído na mucosa do esôfago pode provocar erosão (feridas superficiais), úlceras (feridas profundas) ou até estenose que é o estreitamento na parte inferior do esôfago.

Em alguns casos a inflamação crônica pode evoluir para o aparecimento do câncer do esôfago.

Diagnóstico

O médico gastroenterologista é capaz de diagnosticar a doença através da história clínica em 80% dos pacientes. A endoscopia digestiva alta é o método de exame mais eficaz para definição diagnóstica e consiste na visualização direta do esôfago, estômago e duodeno através de um tubo fino de feixes de fibras óticas através da boca.

Nos casos típicos em que a endoscopia é normal a manometria esofágica (estudo da pressão interna ao longo do esôfago) e a ph-metria esofágica (verificação das variações do ph esofágico durante um período de 24 horas) costuma fazer o diagnóstico.

Tratamento

O tratamento da doença tem o objetivo de cicatrizar as lesões, aliviar os sintomas e prevenir complicações. É muito importante para o médico que o paciente entenda a cronicidade da doença e que se comprometa com o tratamento. Inicialmente, são de fundamental importância as recomendações de mudança de hábitos comportamentais e alimentares.

A doença de refluxo gastroesofágico obriga à mudança de estilo de vida (reeducação), e eventualmente o uso contínuo de medicação. Os medicamentos mais usados são os que diminuem o grau da acidez no estômago (antiácidos) e aqueles que inibem a produção de ácidos pelas células do estômago (antiácidos sistêmicos).

Para os casos mais graves e aqueles que não respondem ao tratamento clínico, pode estar indicado a tratamento endoscópico e/ou cirúrgico, que em geral, consiste na correção da hérnia de hiato ou da incontinência do esfíncter inferior do esôfago através da confecção de válvula antirrefluxo e a correção dos estenoses.

Prevenção

Recomendações dietéticas e posturais

  • Evite alimentos gordurosos (frituras, chocolate, palmito, molhos, maionese, azeite, queijo amarelo, leite integral, abacate, coco, amendoim);
  • Evite frutas cítricas (tomate, limão, laranja, maracujá, abacaxi, ect.);
  • Evite hortelã e menta;
  • Evite alimentos condimentados (alho, cebola, pimenta);
  • Evite doces, chá ou mate;
  • Evite bebidas gaseificadas ou alcoólicas;
  • Evite goma de mascar
  • Evite refeições copiosas
  • Evite líquidos durante as refeições;
  • Mastigar bem os alimentos;
  • Evite deitar ou fazer esforço com o estômago cheio;
  • Deite depois de decorridos pelo menos 2 horas da refeição;
  • Perca peso se estiver acima de seu peso ideal;
  • Evite roupas apertadas;
  • Abandone o fumo;
  • Elevar a cabeceira da cama (12 à 15 cm);
  • Lembre-se: evite a automedicação e alimente-se várias vezes ao dia em pequenas quantidades.

 

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