A maioria dos tumores que ocorrem no estômago é malignos, e, embora a incidência venha caindo de uma maneira contínua e regular nas últimas décadas, eles constituem o segundo tumor maligno mais frequente em todo o mundo.
1. Quais são as causas do câncer gástrico?
O câncer gástrico parece ter uma etiologia complexa e multifatorial. Fatores dietéticos e hábitos de vida tradicionalmente recebem grande ênfase como causa do câncer gástrico. Os hábitos dietéticos são os mais especulados como fatores predisponentes de câncer, porém a correta interpretação dos dados que relacionam dieta e risco de câncer gástrico é difícil. Vários estudos têm demonstrado que o fumo pode provocar lesões pré-malignas na mucosa gástrica, acarretando um risco de 1,5 a três vezes maior nos fumantes para o desenvolvimento do câncer gástrico. Outros fatores, tais como: hereditariedade, grupo sanguíneo, nível socioeconômico, anemias, mecanismo genéticos, infecção por Helicobacter pylori são também possíveis causadores de câncer gástrico.
2. Quais são os sintomas do câncer gástrico?
Muitos pacientes não apresentam sintomas ou apresentam sintomas inespecíficos, como; indigestão, desconforto epigástrico, perda de apetite, saciedade precoce e perda de peso. Muitos casos de câncer gástrico já se encontram avançados no momento em que se faz a investigação dos sintomas do paciente. O câncer gástrico incide mais nos homens, numa proporção de 2:1 homem / mulher e são mais comuns entre os negros.
3. Quais são as possíveis alterações encontradas no exame físico realizado pelo médico especialista?
O exame físico pode revelar uma massa (tumor) na região epigástrica do abdome, ascite (acúmulo de líquido na cavidade abdominal), sangue oculto nas fezes e linfadenopatia (gânglios aumentados).
4. Como se faz a avaliação diagnóstica do câncer gástrico?
A avaliação laboratorial é limitada, mas pode demonstrar anemia por deficiência de ferro pela perda crônica de sangue. O diagnóstico definitivo é realizado pela endoscopia digestiva alta, pois permite a visualização direta, bem como a obtenção de uma amostra tecidual (biopsias) para estudo histopatológico.
5. A endoscopia digestiva alta é um procedimento seguro?
A endoscopia do trato digestório superior é um procedimento seguro, específico e bem tolerado.
6. Por que devemos dar especial atenção para as úlceras gástricas encontradas no exame de endoscopia digestiva alta?
Todas as úlceras gástricas devem ser biopsiadas para excluir a possibilidade de neoplasia (câncer). A endoscopia deve ser repetida após 8 - 12 semanas em todos os pacientes com úlcera gástrica, para confirmar a sua cicatrização.
7. Como se faz o estadiamento do paciente com câncer gástrico?
O estadiamento ( processo de descobrir o quão disseminado o câncer se encontra na ocasião do diagnóstico ) está indicado após a confirmação do câncer gástrico, com a realização de exames de imagem, ultrassom e tomografia computadorizada abdominal para determinar a possibilidade de ressecção cirúrgica.
8. Como se faz o tratamento do câncer gástrico?
O tratamento do tumor do estômago é essencialmente cirúrgico, porém, a maioria dos casos de câncer já se mostra irressecável no momento do diagnóstico, devido a disseminação local ou metastática.
9. Quais são as técnicas do tratamento cirúrgico?
A ressecção parcial ou total do estômago pode ser indicada, dependendo da localização. Mesmo com a ressecção completa do estômago, a sobrevida no período de cinco anos é de apenas aproximadamente 20%.
10. Qual é o prognóstico dos pacientes com câncer gástrico?
O prognóstico favorável do câncer gástrico depende de um diagnóstico precoce, quando a doença é ainda surpreendida numa fase inicial de sua evolução, porém, a identificação desses casos é dificultada pela ausência ou escassez de manifestações clínicas. Nas fases avançadas da doença, o prognóstico é ruim e a quimioterapia paliativa pode ser oferecida aos pacientes inoperáveis, mas a sobrevida média fica somente entre 6 – 9 meses.