Os sintomas começaram após o retorno de um final de semana no litoral.... diarreia, dor abdominal, cólica e perda de sangue.
O diagnóstico??? Virose!!! Voltei do hospital acompanhada da minha mãe com a receita de algumas medicações e a promessa de melhora em alguns dias, mas não foi o que aconteceu. E os sintomas só pioravam.
Comecei a perder peso, 23kgs para ser mais exata, eu com 1,63 pesava 58kgs passei a pesar 35kg, meu cabelo caiu, minha pele ficou manchada, as idas ao hospital eram constantes e as dores insuportáveis.
Num certo dia fui levada às pressas ao pronto socorro com fortes dores e encaminhada ao cirurgião com suspeita de um apêndice supurado, que ao me examinar e ouvir minha história clínica suspeita de uma doença intestinal e me encaminhou ao proctologista. No meu primeiro contato com o proctologista fui muito bem acolhida eu não fazia ideia do que se tratava a doença, mas aos poucos tudo foi sendo esclarecido.
Levou muito tempo até conclusão do diagnóstico, ela só se deu após meu contato com o proctologista, fiquei em crise por 10 meses e toda minha família junto comigo, principalmente minha mãe.
Já iniciado o tratamento a medicação oral não estava surtindo o efeito esperado e eu não apresentava melhoras.
O desespero daqueles que me cercavam era nítido, acho que todos pensavam que eu não resistiria, mas em momento algum eu pensei que fosse morrer, embora deva admitir o cansaço já tomava conta de mim.
Eu já era conhecida em todo o hospital.
O doutor optou então, pelo tratamento com a terapia biológica associada a medicação oral, era minha luz no fim do túnel ... e após alguns meses eu já apresentava melhora, fui me recuperando aos poucos, mas sempre com algumas restrições.
Após quatro anos a terapia biológica começou a não surtir mais efeito e antes que eu piorasse o médico trocou por uma outra medicação também biológica e hoje estou muito bem.
A princípio você acha que o mundo vai acabar que nunca mais vai poder fazer, nem comer nada, que viverá restrita a um banheiro.... Depois vê que nada disso é verdade.
Eu tinha 23 anos, estava no 1º ano da faculdade e foi bem difícil, não queria parar de estudar.... E não parei, entre uma ida e outra ao banheiro consegui me formar.
Convivo há 10 anos com a doença e aprendi ao longo desse tempo principalmente quando estava em crise, “que ser amada é a melhor coisa da vida; aqueles que menos espera são os que mais te ajudam; rir é o melhor remédio (e como rimos não é mãe?!); sua família estará com você até quando ninguém mais estiver; a saúde é o mais importante de tudo; amadureci 10 anos ou mais em poucos meses; o amor cura tudo e aprendi que a dor não é eterna.”