Nutricionista

Categoria: Nutricionista

Atribuição do nutricionista
“O nutricionista é profissional de saúde, que, atendendo aos princípios da ciência da Nutrição, tem como função contribuir para a saúde dos indivíduos e da coletividade.”
Ou seja, cabe a este profissional o papel de , através do manejo de uma alimentação saudável e adequada, auxiliar no tratamento e manutenção da saúde das pessoas. No que diz respeito aos pacientes portadores de Doenças Inflamatórias Intestinais, o nutricionista, inserido em uma equipe multiprofissional, é o profissional que irá auxiliar o paciente no que diz respeito a sua alimentação, traduzindo as orientações médicas em uma alimentação equilibrada, saudável e saborosa, capaz de auxiliar sua recuperação e manutenção de sua saúde.

1. Descobri que tenho uma Doença Inflamatória Intestinal. Sinto-me inseguro e tenho medo de comer. Será que a alimentação pode piorar a minha doença?
O medo de se alimentar é muito comum, pois a doença, em sua fase aguda, pode provocar dores, diarreia e vômitos, que podem piorar com a alimentação. Assim, muitos pacientes associam a alimentação em si a uma piora na doença. Mas na verdade, não existe na literatura um consenso sobre alimentos que piorem ou que sejam capazes de ativar a doença. O que existem são alimentos que podem não ser bem tolerados por alguns pacientes, mas isso não significa que eles tenham a capacidade de piorar a doença.

2. Por que devo me preocupar com a alimentação se já faço uso de medicamentos?
A desnutrição é frequente em pacientes com DII, seja porque a doença exige mais do organismo em termos de gasto energético , seja porque a absorção de nutrientes fica prejudicada ou até mesmo porque muitos pacientes ficam inapetentes (com falta de apetite) ou têm medo de se alimentar. E a desnutrição exerce um efeito negativo na evolução do tratamento. Portanto, é fundamental que, além do uso correto das medicações, o paciente também seja acompanhado por um nutricionista e se alimente de acordo com as orientações recebidas, para que possa corrigir uma eventual desnutrição ou evitar que isso venha a acontecer. O uso correto dos medicamentos prescritos pelo seu médico jamais deverá ser interrompido sem que ele o oriente e nunca será substituído pela alimentação adequada.

3. Existe uma dieta específica para pacientes que tem DII?
Não existe uma dieta padrão, pronta para todo e qualquer paciente que tenha DII. Cada paciente é único e deve ser avaliado por um nutricionista que irá orientar a sua dieta de acordo com o que está acontecendo com ele naquele momento: se a sua doença está na fase aguda ou não, se ele está desnutrido ou não, se ele tem alguma restrição alimentar e assim por diante. Assim como uma medicação pode ser a mesma para todos os pacientes, mas cada um toma uma dose diferente, o mesmo ocorre com a dieta, ela deve ser sempre individualizada para cada pessoa.

4. Ouvi dizer que quem tem DII é proibido de comer alguns alimentos, é verdade?
Mais uma vez trata-se de uma questão de individualização do tratamento. Quando se fala em alimentação para paciente com DII sempre deve se observar qual o momento da doença deste paciente antes de dizer se ele pode ou não ingerir determinado alimento. Por exemplo, na fase aguda da doença, normalmente existem mais restrições alimentares para que o paciente possa se recuperar de sintomas como náuseas e diarreia. Neste caso, alguns alimentos serão proibidos, mas voltarão a ser permitidos assim que este quadro mudar. Existem ainda alimentos que não são tolerados por alguns portadores de DII, caso de alimentos que contém lactose ou glúten, então estes alimentos serão excluídos da dieta destas pessoas em específico, mas não significa que todos os pacientes com DII serão proibidos de consumir lactose ou glúten, por exemplo. Cada paciente precisa descobrir se existe algum alimento que lhe causa mal e, então, este alimento será excluído da dieta deste paciente, não querendo dizer que outro paciente com a mesma doença não possa consumir.

5. Na fase aguda da doença é verdade que o paciente deve ficar em jejum?
Não. Hoje já se sabe que o “repouso intestinal” através do uso de alimentação parenteral (alimentação pela veia) não é necessário para que o paciente entre na fase de remissão da doença. Muito pelo contrário, muitos pacientes que estão na fase aguda da doença podem se alimentar normalmente desde que sejam feitas as adaptações necessárias na sua dieta, seguindo as orientações de um nutricionista.

6. Por que devo me alimentar de um jeito quando estou em crise e de outro quando estou na fase de remissão de minha doença?
Isto é necessário para que se possa garantir um melhor controle de sintomas, além da prevenção e manutenção de um estado nutricional adequado. Assim, dependendo da fase da doença em que o paciente se encontra, a terapia nutricional terá um objetivo. Por exemplo: na fase aguda da doença, é fundamental que a alimentação ajude no controle de sintomas como diarreia, náuseas e vômitos, dores abdominais, além de ajudar a prevenir ou reverter a perda de peso. Nesta fase, talvez até seja necessário utilizar suplementos alimentares. Já na fase de remissão, com a melhora do paciente, pode-se voltar gradativamente para uma dieta saudável, sem necessariamente excluir alimentos rotineiramente usados.

7. Acabei de descobrir minha doença e ainda não consigo comer muitos alimentos de que gosto. Essas restrições serão para sempre?
Não! Normalmente a doença é descoberta em um período de atividade, quando ainda se tem muitos sintomas como diarreia, dor abdominal, náuseas e vômitos, distensão abdominal, dentre outros. Assim, restrições alimentares mais severas são necessárias para que estes sintomas cessem. Entretanto, tão logo o tratamento proposto comece a surtir efeito e estes sintomas se minimizem, já é possível, com auxílio de um nutricionista, retomar gradativamente a alimentação habitual. Lembrando-se sempre de que alguns pacientes passam a não tolerar alguns alimentos, como é o caso de alimentos como lactose. Somente nestes casos, haverá sempre a restrição de alimentos a que, sabidamente, se é intolerante.

8. É verdade que pacientes que tem Doenças Inflamatórias Intestinais não podem consumir fibras?
Não. As fibras fazem parte dos carboidratos da alimentação e, em geral, possuem diferentes efeitos fisiológicos, dependendo do tipo de fibra que se consome. Assim, temos fibras que, de forma geral, irão exercer um efeito “obstipante”, que será interessante quando se está na fase aguda da doença, e outras que terão efeito “laxativo”. Assim, se consumidas em quantidades e tipos adequados para cada fase da doença, com orientação profissional, não há problemas em consumi-las.

9. No hospital em que me trato alguns pacientes foram orientados a consumir suplementos vitamínicos e eu não. Devo fazer uso também?
Não necessariamente. A deficiência de vitaminas e minerais pode ser comum em pacientes portadores de DII, principalmente na fase aguda ou após grandes cirurgias. Desta forma, somente faço uso de suplementos vitamínicos se eles forem orientados pelo seu médico ou nutricionista.

10. Um colega com DII está em acompanhamento com o nutricionista. Posso seguir a dieta que ele segue, já que temos a mesma doença?
Não. Assim como o tratamento medicamentoso é individualizado, o tratamento nutricional também é, e vai depender de uma série de fatores que variam de pessoa para pessoa. Não existe uma única dieta para DII, portanto, para saber como se alimentar adequadamente e conviver bem com sua DII, procure você também um profissional nutricionista para auxiliá-lo.

Maria da Glória Silva
Nutricionista | CRN 7366

Silvana Toledo
Nutricionista | CRN 5334


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